quinta-feira, 7 de outubro de 2010


A Calúnia de Apelles é uma pintura de Botticelli.

Como o nome já diz é quase num cenário de julgamento onde aparecem homens de capa preta, mulheres ao redor consolando e outras tentando aliviar para o lado do culpado, lembra um pouco a injustiça feita para com Jesus Cristo, aparece também na pintura um homem coberto de suas partes íntimas somente caído no chão e com as mãos unidas como se rezasse.

O julgamento de Apeles é como muitos outros que conhecemos.

O rei ou juiz está acompanhado pela Ignorância e pela Suspeita, suas conselheiras. Estas murmuram-lhe constantemente ao ouvido palavras venenosas, razão pela qual ele tem orelhas de burro. De olhos virados para o chão, ele nem vê o que se passa.

A Inveja vem perante ele, acusadora, e estende um braço muito comprido para o alcançar. Traz a Calúnia pela mão.

A Calúnia tem uma tocha acesa na mão como se viesse mostrar a luz. A Malícia e a Fraude são as suas companheiras e não param de a adornar com flores, os atributos da pureza, que entrançam nos cabelos da sua senhora, procurando disfarçá-la.

Apeles vem, na figura de um homem inocente, arrastado pela Calúnia que o agarra pelos cabelos, acusadora. Ele está despido e de mãos juntas, apelando a uma justiça divina, superior àquela terrível fantochada.

Atrás deles, a horrível figura do Remorso olha sorrateiramente, por cima do ombro, para a Verdade.

A Verdade aponta para cima, remetendo o inocente à justiça divina, e aparece nua, sem nada para esconder, tal como Apeles.

Todos os outros ocultam a sua verdadeira natureza com muita roupa, alguns até evocando a pureza.

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